quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Glossário Uniformologia .

Glossário


Aba: Parte inferior de algumas peças de vestuário.
Acostelado: Termo antigo que significa alamar.
Alamar: Cordão de vários materiais que guarnece pela frente uma peça de vestuário, de um lado ao outro da abotoadura.
Alheta: Correia de fixar a barretina ao queixo, constituída por escamas metálicas interligadas entre si.
Alvadio: Tecido de lã não tingido e cujas tonalidades variam entre os brancos acinzentados e amarelados.
Alvado: Orifício do ferro da lança onde entra a haste.
Anil: Corante têxtil azul escuro, que se extrai dos caules e das folhas da planta com o mesmo nome.
Anspeçada: Antigo posto intermédio entre o cabo e o soldado; actualmente corresponde ao soldado arvorado.
Anta: Material proveniente da pele de tapir ou de búfalo.
Armão: Jogo dianteiro das peças e viaturas de artilharia hipomóvel.
Arminho: pêlo de animal das regiões polares usado como ornamento.
Astrackham: Pêlo de cordeiro de raça caracul muito frisado, usado sobretudo nos raglans.
Atanado: Material tratado com curtição especial, derivado da anta.
Attila: Túnica usada principalmente por hussardos, nomeadamente prussianos.
Azul Ferrete: Tom de azul escuro, muito aproximado ao azul Prússia e usado pelo Exército Português.
Azul Maria Luiza: Tom de azul aproximado ao azul marinho.
Bacalhau: Designação de abotoadura dupla mais larga na parte superior e mais estreita na parte inferior da peça de vestuário.
Baeta (ou baetilha): Tela de lã frouxa e de malha larga.
Bainha: Estojo de metal ou couro que resguarda a lâmina de uma arma branca; costura dobrada na extremidade de um tecido.
Baioneta: Lâmina de estoque que se fixa ao cano de uma arma ligeira.
Banda: Faixa ornamental, de tecidos nobres, que se usava à cintura ou a tiracolo.
Bandoleira: Cinturão cruzado sobre o ombro, onde se suspendia a cartucheira ou a baioneta.
Barregana: Tela de lã impermeável.
Barretina: Cobertura de cabeça, de formato que varia entre o cilíndrico e o troncónico, geralmente adornada com distintivos de vária natureza, encordoados e com plumas ou pompons colocados no topo.
Bicórnio: Chapéu com as abas reviradas para cima em dois lados.
Bivaque: Barrete comprido e achatado, feito basicamente de duas metades de tecido rectangulares.
Boldrié: Correia de couro ou de anta, usada a tiracolo para suspender a espada ou a cartucheira.
Borla: Ornamento de passamanaria composto de um botão de onde pendem tufos de fios em forma de campânula.
Bornal: Saco em que os soldados levavam as suas provisões.
Brandenbourgs: Também designados nós húngaros ou austríacos, consistiam em encordoados com formatos de laços e nós de vários materiais, aplicados principalmente em uniformes militares a partir da segunda metade do século XIX.
Briche: Pano grosso de lã castanha, próxima à saragoça ou ao burel.
Brim: Tela de linho grosseira e de grande espessura.
Burel: Tecido grosseiro de lã.
Cabeção: Gola pendente e larga sobreposta ao capote, normalmente amovível.
Caçador: Tipo de infantaria ligeira que actuava independente da infantaria de linha.
Cadeia: O mesmo que grilhão.
Calote: Parte superior das coberturas da cabeça.
Canana: Cartucheira usada a tiracolo por oficiais e tropas montadas.
Canhão (de manga): Parte inferior da manga ou do punho.
Canotão: Mais grosso que o canutilho.
Canutilho: Fio de ouro, prata ou outros materiais, fino e enrolado em espiral. Usado nas charlateiras, dragonas ou para guarnecer peças de vestuário.
Carabina: Arma curta para uso da cavalaria, artilharia e caçadores.
Carcela: Tira de pano que se ajusta a uma das bandas do vestuário onde estão os botões, ou aplicação de tecido sobre uma superfície da mesma natureza.
Carranca: Peça de metal com representações zoomórficas e com uma anilha suspensa, por onde passavam os cordões ou as correias das barretinas e dos capacetes.
Casa: Abertura ou aplicação no vestuário aonde se podem prender botões ou colocar guarnições.
Casão (ou cazão): Alfaiataria, sapataria ou secção de vendas de uma unidade militar.
Casquette: Em alemão Kaskett, consistindo num boné ou barretina baixo (ou achatado) e geralmente com viseira. Pode corresponder aos bonés de caserna usados pelo Exército Português a partir do Plano de Uniformes de 1834.
Castanho pinhão: Tom de castanho médio semelhante ao do antigo pano de saragoça.
Charlateira: Dragona de metal dourado, sem franja, usada em uniformes militares.
Cimeira: Ornamento do cimo do capacete e que pode tomar várias formas.
Conto: Extremidade inferior da lança.
Copo: Guarda da mão na espada.
Correia: Tira de couro que fixa a cobertura de cabeça ao queixo.
Cós: Tira das calças que rodeia a cintura.
Cotim: Tecido de grande densidade e resistência, de trama cruzada e feito de vários materiais, como linho ou algodão.
Couraça: Peça de protecção do tronco, geralmente metálica, que se unia em duas metades, peito e costas. Deu origem ao termo couraceiros (cuirassiers), que definem corpos de cavalaria pesada entre os séculos XVII e XIX. Em Portugal não existe tradição do uso deste tipo de cavalaria.
Crina: Pêlo de alguns animais que se usava na confecção de penachos para barretinas.
Debrum: Fita com que se guarnece a borda de um tecido; orla ou bainha.
Demi-Kaftan: Termo centro-europeu que significa túnica curta.
Divisas: Distintivos em vários materiais, que indicam os postos hierárquicos nas classes de sargentos e praças.
Dolman: Casaco curto e justo, geralmente adornado com alamares e nós húngaros.
Dragona: Pala ou galão, de lã ou metal dourado com franjas, usado em uniformes militares.
Espiguilha: Renda ou galão estreito com bicos.
Esteirinha: Designação de um tipo de galão cuja confecção se assemelha a uma esteira.
Facultativo: O mesmo que médico.
Farda: Designada também de casaca de abas. Peça de vestuário militar com abas, que variando de tamanho, não chegam à frente.
Feldkappe: Boné de caserna ou campanha usado pelos exércitos alemão e austríaco.
Feltro: Lã não tecida, usada geralmente em coberturas de cabeça.
Fiador: Correia que liga a espada ou o revólver à mão.
Florete: Arma branca, ligeira, que consiste numa lâmina prismática de metal e com um punho terminado por um botão em forma de flor.
Francalete: Correia com fivela para segurar o barrete, o equipamento, os arreios, etc.
Fundilho: Parte das calças correspondente ao assento.
Fuzilhão: Espigão da fivela que prende a presilha.
Galão: Distintivo que indica o posto hierárquico na classe de oficiais. Pode ser de diversos materiais.
Garance: Tecido de cor vermelha, usado pelo exército francês.
Gorgorão: Tecido encorpado de seda, algodão ou lã.
Gorjeira (gola): Peça metálica semi-circular (sécs. XVIII-XIX) que suspendia do pescoço e indicava o portador como estando em escala de serviço.
Gravata: Pequena área de tecido, com formato de manto, fita ou laço, que se usa à volta do pescoço com vários tipos de nós. Pode ser sinónimo do termo pescocinho, acessório usado nos uniformes militares portugueses entre o século XVIII e a Guerra Peninsular. De notar que alguns modelos de pescocinho podiam ser em couro, para melhor proteger o pescoço de golpes e garroteios.
Grilhão: Correia de fixar o capacete ao queixo em forma de corrente de elos circulares; o mesmo que cadeia.
Hussardo: Tipo de cavalaria ligeira que teve as suas origens em etnias da Europa Central.
Ilhó: Orifício por onde passa um atacador, uma fita, um cordão, etc.; também define o aro de metal com que se debrua o ilhó.
Indigo: O mesmo que anil.
Jaleco: Casaco curto ou jaqueta.
Jaqueta: Casaco de homem que só chega à cintura; jaleco.
Jaquetão: Jaqueta larga que chega até abaixo da cintura; jaqueta-dolman.
Képi (ou quépi): Boné ou barretina de origem francesa, com casco troncónico rebaixado para a frente e com viseira horizontal.
Khaki: Tecido de uso militar com tonalidades terrosas (do acastanhado ao cor de areia).
Kiwer: Barretina com tampo ondeado de origem prussiana e russa.
Laurel: Ornato de vários materiais com a forma de uma coroa de louros.
Liga: Fita elástica.
Macarrões: Sinónimo das platinas de cordão entrançado.
Maria Luiza: Caracteriza um tom de azul aproximado ao azul acinzentado.
Mescla: Tecido grosso e resistente, cuja trama se efectuava com o cruzamento de vários materiais ou de cores diferentes.
Mosquete: Arma de fogo, portátil, de ignição por pederneira (séc. XVIII) e posteriormente por percussão (a partir de 1830).
Nós húngaros (ou austríacos): O mesmo que Brandenbourgs.
Oliva: Peça de suporte do penacho da barretina.
Orleã: Tecido lustroso, cujo uso militar se confinava a forros e ornamentos.
Pala: Acessório da bainha de espada, terçado ou baioneta, que consiste numa peça de couro suspensa do cinturão e por onde passa a dita bainha.
Paletot: Galicismo que define um casaco curto; paletó.
Paroli: Rectângulos de tecido colorido aonde se aplicavam insígnias ou emblemas e que serviam para distinguir os regimentos no exército austríaco.
Passador: Tira de couro que se coloca no cinto ou no correame para segurar as pontas à saída da fivela.
Patrona: Espécie de cartucheira, geralmente suspensa por boldrié.
Peitilho: Plastrão ou peça de pano que se coloca sobre o peito para simular ou suprir o peito do casaco.
Pelica: Pele fina de carneiro ou cabrito para luvas e calçado.
Peliça: Jaqueta típica dos hussardos geralmente suspensa do ombro e que era mais decorativa do que funcional; artigo de abafo dos uniformes dos oficiais do exército com alamares de seda preta e guarnições de astrackam.
Penacho: Conjunto de penas ou outros materiais que constitui um tufo e que pode tomar várias formas.
Pescocinho: O mesmo que gravata.
Pestana: Tira de tecido que cobre a entrada de bolsos, algibeiras ou feitios no vestuário.
Pickelhaube: Capacete de origem prussiana, caracterizado por ter uma cimeira em pico.
Pico: Cimeira de capacete em forma de pico.
Plastrão: Peça de tecido ou metal que se usava sobre a casaca, jaqueta ou casaco.
Platina: Presilha de tecido aplicada no vestuário, onde os militares passam o correame ou seguram as divisas e galões.
Polaina: Peça de vestuário que resguarda a perna e a parte superior do calçado.
Praça de pret: Antiga definição da classe de praças.
Raglan: Tipo de casaco divulgado por Lord Raglan (Guerra da Crimeia) e que se caracterizava pelo seu tipo de mangas, prendendo ao tronco por uma costura diagonal do sovaco à gola.
Rebuço: Parte de capa ou capote com que se oculta o rosto; nos bonés ou nas suas capas corresponde ao cobre-nuca.
Quépi: O mesmo que képi.
Raquete: Adornos feitos com cordão de lã ou seda, a terminar em formato de borlas achatadas e que se usavam em determinados tipos de barretina.
Redingote: Casaco largo e comprido; o mesmo que sobrecasaca.
Retrós: Fio de seda torcido.
Sabre: Espada curva de um só fio, normalmente associada à cavalaria ligeira como os hussardos.
Sabretache (pasta): Pasta usada por oficiais montados, de configuração achatada e que se suspendia do cinto com correias compridas, sobre a espada.
Saragoça: Tecido grosso de lã, fabricado primitivamente na cidade espanhola de Saragoça; tecido castanho semelhante ao burel.
Sarja: Tecido de linho ou algodão, cuja trama forma linhas diagonais.
Serafina: Tecido de lã próprio para forros.
Schapska: Cobertura de cabeça com viseira, sendo o topo quadrado e afunilando para baixo e para o centro. De origem polaca, esta barretina foi a marca distintiva dos regimentos de lanceiros em todo o mundo, incluindo as unidades do Exército Português.
Silva (ou silvado): Galão bordado com motivo vegetalista.
Sobrecasaca: Casaco comprido, abotoado até à cinta, com abas em toda a roda.
Tachinho: Designação do boné ou barrete de caserna cilíndrico.
Talabarte: Cinturão; boldrié. Tira de cabedal com fivela que, passando por um ombro e cruzando o tórax em diagonal, suspende o cinturão.
Tartan: Tecido com padrões geométricos que representam as famílias nobres escocesas.
Telim (talim): O mesmo que cinturão ou boldrié.
Terçado: Espada curta.
Tope: Parte superior do penacho.
Torçal: Cordão de fios de retrós.
Trancelim: Trança estreita de fios de ouro ou de seda para guarnições.
Tulipa: Suporte metálico do penacho.
Túnica: Casaco solto e comprido.
Ulanka: Túnica de hussardo.
Vassourinha: Tipo de penacho pendente com o rebordo recortado em forma de vassoura.
Virola: Anel semi-circular de metal que servia para reforçar as palas ou viseiras de barretinas e bonés.
Vivo: Tira de tecido que forma o debrum em peças de vestuário.
Xabraque: Tipo de xairel com que se cobriam as ancas do cavalo e os coldres da sela.

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