«Dia horroroso! Não me demorarei em contar as suas atrocidades. O sucesso não podia ser duvidoso; mas não foi senão depois de muitas horas de carniceria que os franceses ficaram senhores das ruas e das praças daquela infeliz capital, todas desertas de vivos, mas cobertas de cadáveres. Entraram então pelas casas e pelos templos, exercitando por toda a parte as suas crueldades, e conduziram ainda 140 vítimas para o Prado, onde foram barbaramente assassinados na noite imediata. E vós, magistrados, vós, soldados, que tanto tínheis forcejado para conter o povo, que remorsos não sentistes, ao ouvir os lamentos destes desgraçados, ao ver o clarão das tochas que alumiavam o suplício.»
José ACÚRSIO DAS NEVES
“...no dia fatal de 29 de Julho fomos atacados pelo numeroso exercito de nove para dez mil homens francezes, commandados pelo general em chefe conde do Imperio, Loison, [...] Corri para a minha cathedral e no meio do confuso alarido, do estrondo dos canhões mandei propôr capitulação; [...] Então foi que elles á vista das minhas humilhações e supplicas deram indicios de que mudavam o parecer em que vinham [...]”
Frei Manuel do Cenáculo Villas Boas
«O assalto e a ocupação de Évora pelo exército francês foi talvez o episódio mais atroz da Guerra Peninsular ocorrido em território português. »
Excerto retirado do interessante trabalho de Manuel Canaveira - MNEMOHISTÓRIA DA GUERRA PENINSULAR: Frei Manuel do Cenáculo e a ocupação de Évora pelo exército de Loison (Julho/Agosto de 1808)
Combate de Évora, entre uma divisão francesa, comandada pelo general Loison, e forças regulares portuguesas e espanholas. Francisco de Paula Leite envia para Montemor-o-novo 150 infantes, 50 cavalos, 4 peças e dois obuses sob o comando do coronel Aniceto Simão Borges, sendo mais tarde reforçado por mais 400 infantes e duas peças . As forças aliadas são dispersadas e o exército francês saqueia a cidade, provocando uma chacina no qual morreram cerca de mil pessoas, quer em combate, quer em posteriores execuções sumárias. Entre as vitimas contava-se D. Jacinto Carlos da Silveira, antigo bispo do Maranhão.
Forças militares envolvidas na defesa de Évora
Portuguesas.
Legião de voluntários de Estremoz 380 homens
Companhia de miqueletes de Vila Viçosa 100
Companhia de caçadores de Évora 100
Companhia de cavalaria de Évora 60
Companhia de cavalaria organizada com éguas 60
Total 700
Espanholas
Legião de voluntários 400
Duas companhias de granadeiros 200
Uma companhia de tropas ligeiras 100
Cavalaria 250
Artilharia a cavalo 90
Artilharia de guarnição 30
Total 1.070
In Accursio das Neves
Não contabilizadas por este autor.
Restos de infantaria 3 e Artilharia do regimento nº3.
Sobre o combate de Évora ver nestes links
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