ORDEM DO DIA
“Quartel-General do Calhariz, 22 de Março de 1809.
Nada de novo.
Ajudante-General Mosinho”
As Ordens do Dia não eram insólitas entre nós, uma vez que o conde de Lippe havia dado Ordens do Dia ao Exército Português. O que as transforma em algo de novo, é a sua publicação regular, e com carácter de permanência, que se iniciam com William Carr Beresford ; passando, em 1835, a ser chamadas Ordens do Exército.
As Ordens do Dia foram elaboradas com o fim de obrigar as unidades a coleccionar nos seus livros as ordens diárias de modo que não houvesse desculpa, nem tivesse valor algum, dizer-se que se extraviou ou que não fora publicada a ordem de determinado dia: cada dia tinha assim a sua ordem.
Com esta forma, cada dia tinha uma Ordem do dia para não permitir desculpas, se nada houvesse a ordenar ou informar, era emitida uma ordem como a supra referida.
Com esta forma, cada dia tinha uma Ordem do dia para não permitir desculpas, se nada houvesse a ordenar ou informar, era emitida uma ordem como a supra referida.
Este modo de publicar ordens sem “nada de novo” foi criticado por muitos, mas teve a sua razão de ser e permitiu que as unidades organizassem as ordens com sentido de responsabilidade.
As Ordens do Dia foram publicadas, compreendendo vinte e seis volumes, correspondentes aos anos de 1809 a 1834, e aos três primeiros meses de 1835. Houve algumas interrupções na sua publicação, tanto no fim da guerra peninsular, de 18 de Junho até 12 de Agosto de 1814, durante a marcha do exército português de França para Portugal, como, posteriormente, em 1815, em que não foram publicadas até 10 de Agosto. Nesse mesmo ano, Beresford partira para o Brasil, de 11 de Agosto até 21 de Setembro do ano seguinte, publicando-se apenas circulares. Efectivamente, as Ordens do Dia que mais atenções despertam, são as publicadas durante a campanha da península, ou seja, até 1814.
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