Mais uma vez, indo à boleia de Jorge Penin de Freitas , que nos fala da Vedoria "O vedor geral era o responsável máximo pela administração e finanças do exército de cada província" , aqui vai um post sobre o edifício da Vedoria de Lagos.
Fonte : IPPAR.
«O Mercado de Escravos foi o último dos edifícios seiscentistas, de carácter civil e de apoio à Praça forte de Lagos, a ser construído. Integra-se no mesmo contexto de racionalização dos recursos, e de especialização dos espaços, que deu origem à Oficina do Espingardeiro e ao vizinho Armazém Regimental, mas a sua linguagem arquitectónica e estilística, bem como a diferente projecção e o cuidado posto no lançamento dos seus volumes, colocam-no num lugar bem distinto dos restantes.Ao que uma extensa epígrafe indica, a sua construção deu-se em 1691, por vontade do 2º Marquês de Niza, D. Francisco Luís da Gama, que edificou o Corpo da Guarda "sobre o edifício que primeiramente serviu como venda de escravos, que existia desde o século XV" (PAULA, 1992, p.211).Estilisticamente, é um monumento de grande impacto urbanístico, constituindo mesmo um dos vértices da principal praça da cidade, defronte da igreja Matriz. Compõe-se de dois pisos, de arquitectura racionalizada, erudita e simétrica. A fachada principal, organizada a dois registos, dispõe de um amplo narthex, de dupla arcaria, hoje protegido com grades de ferro, atribuível ainda a um período maneirista. Superiormente, duas grandes janelas rectangulares e molduradas, de finais do século XVII, demonstram a qualidade da obra empreendida pelo conde de Niza. No piso térreo, o espaço interior é ocupado por uma vasta sala, actualmente convertida em galeria de arte. No andar superior, funcionou a Alfândega de Lagos, até 1820, altura em que transitou para o Edifício da Portagem. A Direcção Geral das Alfândegas mantém, ainda, a posse parcial do imóvel. Ao longo dos séculos, desempenhou várias funções, como a de Vedoria, que deu mesmo o nome a uma das ruas laterais.Na praça principal da cidade, constituindo mesmo um dos seus vértices definidores, o Mercado de Escravos é um dos mais emblemáticos monumentos da cidade, reafirmando, pela sua existência, a umbilical ligação de Lagos à empresa dos Descobrimentos e cristalizando, até à actualidade, a memória do local onde, desde a primeira hora, se instalou a venda de escravos.PAF»
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